Veja as mudanças para motoristas de app com regulamentação


Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no Palácio do Planalto para assinar um projeto de lei junto com o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), que será enviado ao Congresso Nacional. 

Este projeto tem como objetivo regulamentar o trabalho realizado através de empresas de transporte de pessoas por aplicativos, como Uber e 99. Porém, este acordo não inclui os entregadores de mercadorias, como iFood e Rappi. O Ministério do Trabalho e Emprego planeja discutir essa questão em uma fase posterior.

O texto final é resultado de 10 meses de negociações, envolvendo representantes do governo, trabalhadores e empresas, com muitas idas e vindas. O acordo aborda diversas questões, incluindo uma remuneração mínima para os trabalhadores e garantias relacionadas à Previdência Social, com as empresas contribuindo para parte das contribuições previdenciárias.

Aqui estão os principais pontos do projeto:

  • Se aprovado, os motoristas de aplicativos serão classificados como "trabalhadores autônomos por plataforma".
  • Não será permitida nenhuma exclusividade entre trabalhador e empresa. As negociações serão feitas coletivamente através de sindicatos.
  • A jornada diária trabalhada será de até 8 horas, podendo ser estendida para até 12 horas com acordo sindical.
  • As empresas serão obrigadas a fornecer vale-refeição diário para os motoristas cadastrados, a partir da sexta hora de trabalho.
  • Também deverão oferecer serviços médicos e odontológicos para os motoristas e seus dependentes.
  • Pontos de apoio, com refeitório, primeiros socorros e sanitários adequados, serão disponibilizados pela empresa em locais definidos com o sindicato.
  • Os motoristas terão uma remuneração mínima por hora, composta por um valor fixo mais uma parte correspondente aos custos do trabalhador.
  • O salário mínimo será a base de remuneração, calculada com base no tempo efetivamente trabalhado.
  • Contribuições previdenciárias serão feitas ao INSS, com as plataformas contribuindo com 20% e os trabalhadores com 7,5%.
  • Os motoristas terão direito a benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade e auxílio-doença.
  • Em casos de infrações leves, os motoristas poderão retornar ao trabalho após passar por uma reciclagem, com aprovação do sindicato. Infrações graves serão analisadas por uma junta paritária.
Atualmente, cerca de 778 mil pessoas trabalham como motoristas de aplicativo no Brasil, representando mais da metade dos prestadores de serviços em plataformas digitais, que totalizam 1,5 milhão de trabalhadores.

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